Em 1967 falsifiquei minha carteira de estudante e arrisquei entrar para assistir Navalha na Carne de Plinio Marcos no Teatro Itália.
Tinha apenas 15 anos e a peça era proibida e maldita pelas senhores e senhoras moralistas da época.
Foi a primeira vez que vi Sergio Mamberti atuando. Fiquei arrebatado com a peça e com o seu Veludo.
Cinco anos depois éramos atores do Teatro São Pedro e sempre aprendi muito observando Sergio trabalhar.
A primeira vez que dividimos o palco foi em Prodígio do Mundo Ocidental, onde ele fazia o pai que sobrevivia a machadada do filho e assombrava, com o machado enfiado na cabeça toda aquela aldeia irlandesa.
Depois, já na década de 80, contracenei com ele nos embates fulminantes entre Hamlet e Claudio.
Sempre aprendi muito com o Sergio. Militamos juntos no Partido dos Trabalhadores (PT) e sua personalidade, sua alegria de viver qualificava a militância.
Guerreiro incansável, Sergio acreditava no amor como força motriz e daí a sua enorme energia.
Ele nos deixa seu sorriso, sua paixão e seu desejo por um mundo melhor. Tomara que consigamos aproveitar e multiplicar o seu legado.
Sobre os autores
é um ator, professor, diretor teatral e político brasileiro, tendo atuado no teatro, cinema e televisão e sendo proprietário do Teatro Ágora. É filiado ao Partido dos Trabalhadores.
Be First to Comment