É um pouco costumeiro no Brasil que Carlos Marighella seja celebrado como um dos guerrilheiros que tombaram na cruel luta armada contra a Ditadura Militar instalada no país em 1964. Mas a realidade sobre o comandante da Aliança Libertadora Nacional (ALN), que incendiou a imaginação europeia com seus escritos, e ações, é mais ampla ainda: o poeta revolucionário também gravou radionovelas caseiras, costumava sair fantasiado de mulher em pleno carnaval, mesmo nos inúmeros anos que passou na clandestinidade, curtia arte, música e, lembrando da célebre capa da revista Veja, era um grande apreciador de batidas de limão.
Para celebrar esse legado complexo e rico, o recém-criado Instituto Carlos Marighella e Clara Charf adquiriu a casa onde Marighella cresceu, em Salvador (BA), e quer transformá-la em um memorial e centro cultural que vai revolucionar a já agitada vida soteropolitana. Mas, para isso, precisamos do vil metal.
E é com essa perspectiva de festa e celebração que se anuncia o evento no Galpão cultural Elza Soares, do MST, no centro da capital paulista, para lançar ao vivo a campanha de arrecadação (que entrou no ar hoje, quinta-feira, aniversário de 113 anos de nascimento de Marighella) para realizarmos esse sonho.
Vai ser uma fita intensa, com falas, pocket show e discotecagem, incluindo nomes como José Dirceu, KL Jay (DJ do Racionais MCs), Chavoso, Laura Sabino, Don L, João Pedro Stédile, Jr Freitas, Luana Alves, Fabiana Cozza, Paulo Galo, Roberta Garcia e muito mais.
A festança começa às 18h desta terça-feira (10/12), DE GRAÇA, na Alameda Eduardo Prado, 474 – Santa Cecília. Venha, traga seus amigos e a vontade de ajudar a transformarmos essa utopia em realidade – porque quem samba, samba, quem não samba, camba!
Sobre os autores
é ex-editor da Ponte Jornalismo e Vice Brasil, entre outros, e é um dos vocalistas do Crise Crise Crise.