A nova direita surfou na politização dos gamers, mas o tremendo sucesso do jogo Tonight We Riot, distribuído e produzido por cooperativas de esquerda, um fenômeno cada vez mais presente na indústria do videogame, mostra que narrativas comunistas e anarquistas estão tendo mais adesão em meio à crescente distopia capitalista. No Brasil, jogos simulam as lutas da classe trabalhadora do passado e atual.
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O filme O Dilema das Redes surge como uma propaganda liberal tecnodeterminista e quer que a gente acredite que o aumento da desigualdade social e da polarização política são frutos do Facebook ou Twitter e não do fato de que a desigualdade de renda retrocedeu a níveis anteriores à Grande Depressão.
Steve Bannon vê os videogames como um terreno fértil para disseminar as ideias de extrema direita. No entanto, a sindicalização dos trabalhadores da indústria dos jogos está cada vez mais politizada - mostrando que há espaço para a esquerda socialista disputar o universo dos videogames.
O documentário O Dilema das Redes conta uma história dramática sobre como as redes sociais estão semeando o extremismo político e levando crianças à depressão e ao vício. Mas ele sequer chega a insinuar que estes males têm causas exteriores ao nosso uso nas redes – e a possibilidade que o que vemos nestas plataformas retrata a realidade capitalista de uma sociedade doente.
Por que tanta gente na esquerda se apega a imagens de um apocalipse iminente e contra o qual não se poderia fazer nada? O futuro está aqui, a abundância existe, só que está mal distribuída – e com a luta política poderemos arrancar da classe dominante seu potencial utópico.
Nosso desafio é enxergar na tecnologia tanto os atuais instrumentos de controle dos empregadores quanto as precondições para uma sociedade pós-escassez.
Bilionários como Jeff Bezos não são obscenamente ricos porque trabalham mais ou são mais inovadores. Eles são obscenamente ricos porque seus impérios corporativos drenam os recursos e os dados da sociedade – e todos nós estaríamos melhor sem eles.
Os bilionários CEOs de tecnologia querem construir um mundo utópico para si mesmos, enquanto o resto da população vive uma distopia cada vez maior.