Este ano marca três décadas do levante zapatista. Além do impacto que a insurreição de indígenas armados usando a internet para se comunicar causou na esquerda mundial, vale resgatar o papel do futebol na relação dos indígenas de Chiapas com clubes antifascistas, Eduardo Galeano e a poderosa Inter de Milão.
Artículos publicados por: Micael Zaramella
é historiador, professor e torcedor palmeirense. Mestre em História Social, é autor do livro No gramado em que a luta o aguarda: antifascismo e a disputa pela democracia no Palmeiras (Autonomia Literária, 2022).
Neste dia, durante as revoltas que eclodiram em maio de 1968, a Federação Francesa de Futebol foi ocupada por atletas amadores e profissionais. Eles reivindicavam referendo para destituir os dirigentes da federação e melhores condições de trabalho - mostrando que o futebol pertence aos trabalhadores e não ao capital.
Das Jornadas de Junho de 2013 ao antagonismo do processo neoliberal de "arenização" dos estádios e à ascensão do bolsonarismo, as torcidas antifascistas vêm se proliferando pelo país. Hoje, na linha de frente da luta em defesa da democracia, as práticas e a cultura de torcedores têm muita a ensinar a tradicional militância progressista.
Neste dia, em 1914, nascia a Sociedade Esportiva Palmeiras. Embora se saiba de suas origens em associações culturais e clubes de bairro formados por imigrantes italianos, a história oficial muitas vezes apaga a participação de militantes anarquistas, antifascistas, sindicatos radicais e atletas negros nesse processo.