Do Caribe à África Ocidental, pensadores anticoloniais negros do período entre guerras apresentaram uma visão convincente de como o imperialismo e o capitalismo funcionavam em escala global - e procuraram desenvolver uma luta igualmente ampla contra a dominação racial.
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Desde o período imperial o Brasil conviveu com rebeliões populares contra aumentos tarifários ou más condições do transporte público. Dez anos após junho de 2013, mais de 2,5 milhões de pessoas tem acesso ao passe livre - fator crucial para derrotar o autoritarismo e eleger Lula pela terceira vez.
A simpática personagem Mafalda, da história em quadrinhos, conquistou fama mundial durante os anos de ascensão do neoliberalismo. Mas seu sucesso foi devido ao seu compromisso obstinado com as causas sociais que a austeridade e o individualismo desenfreado pareciam ter enterrado.
É comum creditar ao ex-presidente norte-americano Ronald Reagan o início da era neoliberal. Mas isso sugere que o neoliberalismo é principalmente um projeto de direita, ocultando o importante papel dos liberais democratas na subordinação da sociedade ao livre mercado.
Na década de 1930, um economista pouco conhecido propôs um novo sistema global para expandir o poder do capitalismo, restringindo os direitos das pessoas comuns – e inspirou a derrubada corporativa da democracia.
Os grupos neofascistas da França estão em ascensão, com uma série de ataques recentes contra seus oponentes. Sua violência contra migrantes, militantes de esquerda e até mesmo funcionários públicos mostra que o avanço da extrema direita não é apenas uma retórica “populista” – é um perigo real.
Alguns pensadores estão defendendo que o capitalismo, conforme definido por Marx, acabou e estamos entrando em algo semelhante a um neofeudalismo digital. Não é verdade, argumenta Evgeny Morozov. Para entender como o capitalismo opera hoje, os marxistas precisam abandonar o viés da fábrica.
O ciclo de protestos iniciado em Sidi Bouzid na Tunísia no fim de 2010, no bojo da crise financeira de 2008, trouxe um recado contundente: “a estabilidade está morta”. É nesse contexto que um terremoto político sacudiu o Brasil no mês de junho de 2013 - desencadeando uma série de lutas e um número recorde de greves.
Em prólogo do livro sobre junho de 2013, Dilma Rousseff defende que os protestos reivindicavam serviços públicos melhores e mais acessíveis e anteciparam o confronto contra forças conservadoras e golpistas do status quo. Mas a direita, contando com mais recursos e apoio da mídia, conseguiu manipular a revolta - cooptando o sentimento antissistema.