É comum creditar ao ex-presidente norte-americano Ronald Reagan o início da era neoliberal. Mas isso sugere que o neoliberalismo é principalmente um projeto de direita, ocultando o importante papel dos liberais democratas na subordinação da sociedade ao livre mercado.
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Na década de 1930, um economista pouco conhecido propôs um novo sistema global para expandir o poder do capitalismo, restringindo os direitos das pessoas comuns – e inspirou a derrubada corporativa da democracia.
Os grupos neofascistas da França estão em ascensão, com uma série de ataques recentes contra seus oponentes. Sua violência contra migrantes, militantes de esquerda e até mesmo funcionários públicos mostra que o avanço da extrema direita não é apenas uma retórica “populista” – é um perigo real.
Alguns pensadores estão defendendo que o capitalismo, conforme definido por Marx, acabou e estamos entrando em algo semelhante a um neofeudalismo digital. Não é verdade, argumenta Evgeny Morozov. Para entender como o capitalismo opera hoje, os marxistas precisam abandonar o viés da fábrica.
O ciclo de protestos iniciado em Sidi Bouzid na Tunísia no fim de 2010, no bojo da crise financeira de 2008, trouxe um recado contundente: “a estabilidade está morta”. É nesse contexto que um terremoto político sacudiu o Brasil no mês de junho de 2013 - desencadeando uma série de lutas e um número recorde de greves.
Em prólogo do livro sobre junho de 2013, Dilma Rousseff defende que os protestos reivindicavam serviços públicos melhores e mais acessíveis e anteciparam o confronto contra forças conservadoras e golpistas do status quo. Mas a direita, contando com mais recursos e apoio da mídia, conseguiu manipular a revolta - cooptando o sentimento antissistema.
Poucas pessoas podem dizer que suas ações ajudaram a fortalecer a liberdade de imprensa, acabar com uma guerra e derrubar um presidente. Daniel Ellsberg, que faleceu essa semana aos 92 anos, pode - porque ele fez exatamente isso.
Assim como não podemos condenar a Revolução Francesa por causa da ascensão do bonapartismo, não podemos condenar as Jornadas de Junho por causa da reação conservadora e ultraliberal que ganhou musculatura e financiamento a partir do final de 2014, surfando na onda macarthista da Lava Jato - que criminalizava a esquerda nas ruas e nas urnas.
Os defensores de Israel tentam redefinir o antissemitismo para que o termo se refira principalmente às críticas ao Estado israelense. Esse esforço tem sido ótimo para a propaganda diplomática de Israel - mas um desastre para as lutas antifascista mundo afora.