As criptomoedas são parte de uma emergente metamorfose do capitalismo contemporâneo, definida pela relação entre digitalização e financeirização. Mas essa reconfiguração sistêmica não tem um futuro pré-definido (utópico ou distópico): é um campo em disputa - e devemos entendê-lo para saber como intervir.
Artículos publicados por: Edemilson Paraná
é sociólogo e professor da Universidade Federal do Ceará (UFC). É autor dos livros "A Finança Digitalizada: capitalismo financeiro e revolução informacional" (Insular, 2016) e "Bitcoin: a utopia tecnocrática do dinheiro apolítico" (Autonomia Literária, 2020).
Dinheiro, tecnologia financeira e a estratégia de transição ao socialismo.
Novo livro analisa a sequência histórica que desembocou em junho de 2013, Occupy e outros terremotos políticos que abalam a política representativa até hoje, mostrando como a periferia do capitalismo voltou a ser o centro na crise da democracia liberal, onde a nova extrema direita viu uma brecha para cooptar a revolta e se naturalizar. Agora, a esquerda pode reagir - se entender onde errou.
O PIB brasileiro está atualmente 6,4% menor do que estava em 2014. Perdemos a década passada e a tão sonhada retomada econômica está ficando cada vez mais distante em meio a uma pandemia descontrolada - faceta de uma tragédia nada natural, que caminha paralelamente com a ascensão da direita, alimentada pelo neoliberalismo autoritário e seus dogmas onipresentes.
O sociólogo e economista Edemilson Paraná foi ferozmente atacado por anarcocapitalistas nas redes ao expor a dimensão oculta do bitcoin. Nesta conversa à Jacobin Brasil, ele explica a ligação da criptomoeda com o neoliberalismo de Milton Friedman e Friedrich Hayek, como o bolsonarismo utiliza da crise para se perpetuar no poder e o novo papel econômico da China e dos EUA no cenário pós-pandemia.