As negociações internacionais com o objetivo de criar um tratado para evitar outra catástrofe da COVID-19 estão perto do colapso. Esse impasse se deve à recusa de países como EUA, Canadá e Alemanha em ceder os direitos de propriedade intelectual da indústria farmacêutica.
Artículos publicados por: Leigh Phillips
é articulista científico e jornalista especializado em questões sobre a União Europeia. É autor de "Austerity Ecology & the Collapse-Porn Addicts" ("Ecologia da austeridade e os viciados em pornô do colapso") e co-autor de República Democrática do Walmart (Autonomia Literária 2020).
O mercado está nos levando cegamente a uma catástrofe climática – mas temos uma saída: o planejamento democrático.
A resistência a antibióticos poderá custar 10 milhões de vidas ao ano em 2050. Apesar dos avanços recentes com o uso de Inteligência Artificial, o setor farmacêutico privado não considera lucrativo o bastante o desenvolvimento de novos antibióticos. Pelo bem de todos, esse setor precisa ser socializado.
Michael Moore tem defendido os direitos e interesses dos trabalhadores por décadas. No entanto, seu novo filme, “Planeta dos Humanos", abraça narrativas anti-humanistas e anti-classe trabalhadora, de superpopulação e consumo excessivo.
A velocidade do desenvolvimento da vacina para Covid-19 é uma gloriosa maravilha da ciência, cooperação e planejamento econômico - um vislumbre do que um mundo mais igualitário poderia produzir e alcançar. Mas a ética do "salve-se quem puder" na vacinação é uma demonstração horrível da ineficiência e crueldade do capitalismo.
O debate em torno da "cultura do cancelamento" já cheira a mofo, mas existem ameaças reais às liberdades civis na sociedade atual. A esquerda deve reivindicar o legado da liberdade de expressão para alargar seu escopo e trazer para o debate a sua dimensão de classe.
Finalmente caiu a ficha de alguns bilionários e liberais: o setor privado está sufocando a inovação na saúde e em energias limpas. Como o capitalismo coloca o lucro acima da utilidade das inovações, ele só pode oferecer uma sombra do potencial inovador que o socialismo poderia produzir - mas seria esperar demais que eles também chegassem a essa conclusão.
Manter o setor farmacêutico na esfera privada representa um risco significativo à saúde pública, sobretudo em épocas de pandemias, pois ele coloca a prioridade do lucro acima da vida. Já que o setor vive de recursos públicos, a solução é socializá-lo, deixando o sob o controle da população.