Em tempos de antirracismo performático, é na luta coletiva que podemos construir uma sociedade para além das amarras de raça e classe.
Artículos publicados por: Marcos Queiroz
é editor da Jacobin Brasil e Doutor em Direito pela Universidade de Brasília. Professor do Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa (IDP).
Como uma praça pública para onde confluem manifestações, vozes e debates, a missão jacobina é ajudar a florescer o movimento.
Em 2011, buscando a causa de um vazamento no Salão Verde da Câmara dos Deputados, uma equipe de manutenção encontrou seis mensagens de operários que trabalharam na construção do Congresso Nacional. Cravadas no concreto acima da laje e datadas de 22 de abril de 1959, as frases ocultas deixavam para a posterioridade a consciência e…
O compositor porto-riquenho Tite Curet Alonso nasceu em 12 de fevereiro de 1926. Com mais de duas mil composições, ele forjou a salsa e a consciência crítica latino-americana através da música. Por colocar em primeiro plano a nossa africanidade comum e as lutas dos subalternos, Tite deveria ser reverenciado ao lado de gente como Édouard Glissant, Manuel Zapata Olivella e Lélia González.
Os vestígios do 8 de janeiro ainda assombram a Esplanada, mas o governo faz um aceno para a reconstrução do Brasil. Em encontro com representantes da mídia independente, Lula diz que quem derrota o fascismo é o povo organizado.
O drible é uma invenção da população negra que trouxe a ginga do samba para o futebol diante do racismo que imperava entre os juízes e a classe dominante no início da popularização do esporte no país. Hoje, essa tradição, seja na metáfora futebolística ou na estratégia política, tem em Lula um de seus herdeiros - e é nosso maior craque no campo eleitoral.
O revolucionário caribenho Jose Prudencio Padilla nasceu neste dia em 1784. Inspirado pela Revolução Haitiana, ele ajudou Simón Bolívar a libertar a Colômbia e a Venezuela - mostrando que a luta multitudinária das classes populares pela democracia radical continua sendo a chave para superar a herança do colonialismo.
Nesta semana perdemos o historiador e crítico literário Alfredo Bosi para a COVID. Bosi, que identificou como poucos o núcleo escravocrata do liberalismo brasileiro e nos ajudou a pensar a política de morte da colonização, é mais uma vítima da permanência dessa ordem necrófila. Mas sua vida e obra inspiram o desejo coletivo de construir um novo futuro.
O sociólogo e político Guerreiro Ramos nasceu neste dia em 1915. Cassado durante a ditadura e silenciado pelo racismo institucionalizado, ele tentou superar o que enxergava como um academicismo colonizado da intelectualidade brasileira, mais preocupada em agradar o mundo estrangeiro do que em entender nosso povo.