No Reino Unido, após a crise de 1929, o Movimento Nacional de Trabalhadores Desempregados mobilizou milhares de pessoas para resistir aos despejos e às indignidades do desemprego. Estamos entrando em outro período turbulento de crise pós-pandemia – e assim como os trabalhadores daquela época, os desempregados de hoje podem revidar.
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A proposta de tributar os livros não vem da cabeça de Paulo Guedes, nem das estantes vazias que ilustram o cenário de suas lives, mas da ditadura chilena de Augusto Pinochet, seu berço ideológico, que decidiu tributar os livros em 1976, três anos após o golpe militar que inaugurou o neoliberalismo na América Latina.
A COVID-19 atingiu com força a Europa e a América do Norte. Mas, países no Sul Global são muito mais vulneráveis à pandemia por causa de séculos de exploração. A esquerda precisa desenvolver uma visão internacionalista e antineoliberal da crise - e agir de acordo com ela.
Bilionários como Jeff Bezos não são obscenamente ricos porque trabalham mais ou são mais inovadores. Eles são obscenamente ricos porque seus impérios corporativos drenam os recursos e os dados da sociedade – e todos nós estaríamos melhor sem eles.
Celso Furtado, cujo centenário celebramos hoje, nos legou uma teoria econômica original que expõe as entranhas da armadilha do subdesenvolvimento. Dedicou sua vida a contribuir, na teoria e na prática, a um projeto de nação que arrancasse o país da condição subalterna. Mas a utopia desenvolvimentista, de conciliar a tríade “capitalismo”, “democratização” e “soberania”, encontrou seus limites na dinâmica da luta de classes.
A resposta de sanitária na Argentina frente à pandemia foi muito melhor do que o desastroso governo de Jair Bolsonaro no Brasil. No entanto, à medida que os dois países buscam se recuperar da crise, ambos ficam debilitados por estarem subordinados ao sistema financeiro global e sofrem a ameaça de transformar o choque de hoje em uma crise prolongada nos próximos tempos.
Entre os séculos XIX e XX os trabalhadores conquistaram a jornada de trabalho de 10 horas e depois de 8 horas, mas após a Grande Depressão essa tendência parou, embora a produtividade tenha aumentado. A questão trabalhista crucial para o século XXI é: como podemos conquistar mais tempo livre e garantir (menos) trabalho para todos?
Os liberais contemporâneos são reféns do conservadorismo – e o que eles querem conservar é uma ordem política moralmente falida.
Finalmente caiu a ficha de alguns bilionários e liberais: o setor privado está sufocando a inovação na saúde e em energias limpas. Como o capitalismo coloca o lucro acima da utilidade das inovações, ele só pode oferecer uma sombra do potencial inovador que o socialismo poderia produzir - mas seria esperar demais que eles também chegassem a essa conclusão.