Faltam poucas semanas para a votação que irá definir o futuro do país, não só para os próximos quatro anos, mas também para uma geração inteira. Diante dos eleitores, uma escolha nada difícil: a democracia ou a barbárie neofascista. Vale a pena fazer uma breve retrospectiva do atual regime, seguindo as pesquisas de opinião como fio condutor, para entender onde estávamos 4 anos atrás e perceber que estamos num momento muito favorável para impor uma grande derrota à extrema-direita; mas também para entender que a vitória do campo progressista não está dada – precisa ser construída.
Quando Jair Bolsonaro foi eleito presidente, o quadro era imensamente pior que o de hoje. Apologista da ditadura, e herdeiro direto dos porões, assumia o poder chancelado pelas urnas, com grandes expectativas da parte de seu eleitorado. Após os cem primeiros dias de mandato, apenas 30% consideravam seu governo ruim ou péssimo, segundo o Datafolha. Um terço dos eleitores ainda esperavam para ver, avaliando o governo como “regular”. Outro terço seguia confiante de que o discurso antissistema, contra “tudo isso que está aí” geraria bons resultados. Este quadro mudou pouco no primeiro ano de mandato. Em linhas gerais, manteve-se assim por meses.
E, então, veio a pandemia. Foi preciso esse choque para embaralhar a lógica desses blocos mais ou menos equivalentes – de detratores, apoiadores e “nem-nens”. Com o desastre sanitário e econômico veio também a percepção de que se tratava de um governo incompetente e incapaz de responder às necessidades urgentes da população. A avaliação negativa subiu: chegou a 44% em junho de 2020, segundo o Datafolha. Com o Auxílio Emergencial de R$ 600 por pessoa, o rechaço voltou a cair, e retornou ao patamar de 1/3. Mas por pouco tempo. Com o fim do Auxílio, e o aumento da crise econômica e social, a avaliação negativa retorna ao patamar de 44% no primeiro trimestre de 2021.
Até aquele momento, mesmo com a criminosa política de enfrentamento à pandemia e piora na avaliação do governo, as pesquisas eleitorais apontavam um quadro sombrio para 2022: Bolsonaro liderava todas as pesquisas. Em fevereiro de 2021, ele aparecia com 28% das intenções de voto, 16 pontos à frente de Haddad e de seu ex-funcionário Sérgio Moro, que apareciam com 12% cada um, segundo a pesquisa Ipespe.
Nunca é demais lembrar: depois de quase um ano de pandemia, o Brasil atingia a marca de 250 mil mortos por Covid-19, com mais de mil mortes por dia, em média. E a temida segunda onda estava para começar. Tudo isso sem Auxílio, já que o governo tinha decidido, meses antes, que a pandemia já tinha acabado. E, mesmo assim, Bolsonaro aparecia como o favorito. Não havia uma força política ou liderança capaz de oferecer uma alternativa viável para enfrentar Bolsonaro, e derrotá-lo.
Fator Lula
A situação estava prestes a mudar. Primeiro, Lula foi solto, poucos meses antes de a pandemia começar, em novembro de 2019. O ex-presidente havia passado 580 dias encarcerado, vítima de um processo ilegal que resultou em sua prisão e exclusão da eleição de 2018, quando Lula liderava todas pesquisas – mesmo depois de preso.
A grande mudança eleitoral foi se dar apenas em março de 2021, quando Lula finalmente recuperou de forma plena seus direitos políticos. A partir daí, a chance de derrotar a máquina bolsonarista pareceu não só possível, mas muito provável.
Lula começou, então, a figurar nas pesquisas. E, já em março de 2021, a pesquisa Ipespe indicava o líder petista numericamente à frente de Bolsonaro: 29% a 28%. Tecnicamente, um empate, mas já dava um sinal claro de que agora Bolsonaro tinha um adversário de fato capaz de ameaçar sua reeleição.
E veio a segunda onda da pandemia – a mais mortífera até agora. Lula subiu ainda mais nas pesquisas. Já em maio o Datafolha mostrava o petista com 41% e Bolsonaro com 23%. Em julho de 2021, a pesquisa Quaest apontava Lula com 45% e Bolsonaro com 28%. Mais do que isso: a partir de então, não só a chance de derrotar Bolsonaro era muito provável, mas passou a ser possível também uma vitória em 1º turno. Nas pesquisas presenciais, como as de Quaest e Datafolha, a soma de votos dos rivais era quase a mesma que o total de intenções de voto de Lula, dependendo do cenário (às vezes uns pontos a mais, às vezes uns pontos a menos).
Esse quadro, puxado principalmente pela rejeição crescente a Bolsonaro – e o contraponto concreto que Lula (e só Lula) era capaz de oferecer, por conta de seu governo prévio –, trazia uma onda de esperança de que o resultado de 2018 seria apenas um soluço. Mas trouxe também um misto contraditório de comodismo e medo, cujo resultado, em qualquer um dos casos, era desmobilização e paralisia.
“A cada mínima oscilação de Lula para cima e de Bolsonaro para baixo, vinha a euforia de que estava tudo decidido e não restava mais nada a fazer, a não ser esperar pela vitória certa.”
Lula aparecia à frente das pesquisas como uma rocha. Não se movia nem muito para baixo, nem muito mais para cima. Ficava lá, na boca do gol. Não importava muito a intriga da vez que a imprensa inventava, ou o candidato ungido da “3ª via” da vez que surgia ou morria, ou o factoide e desinformação que o Gabinete do Ódio fabricava. Lula se mantinha sempre a um passo de uma possível vitória no 1º turno.
Mas a cada mínima subida de Bolsonaro ou oscilação para baixo de Lula (como no Datafolha de 1º de setembro), despertava na base da esquerda um desespero. Ou, ao contrário, a cada mínima oscilação de Lula para cima e de Bolsonaro para baixo, vinha a euforia de que estava tudo decidido e não restava mais nada a fazer, a não ser esperar pela vitória certa.
Nem uma coisa, nem outra.
Como ler as pesquisas
Pesquisa não ganha eleição, mas são instrumentos importantes para oferecer elementos sobre como está, no momento, a correlação de forças no eleitorado. É preciso, portanto, saber ler com cuidado, para não cair nem na euforia nem no desespero. Para uma leitura mais ponderada das pesquisas, é importante ter sempre em mente duas coisas: a primeira, a intenção de voto espontânea; a segunda, a comparação com pesquisas passadas.
Intenção de voto espontânea é, com frequência, negligenciada na divulgação dos resultados das pesquisas na imprensa. Mas é crucial. Primeiro, porque é o dado, por definição, que sofre menos interferência do pesquisador. O dado que em geral vai parar nas manchetes é a intenção de voto estimulada, que é aquela em que o pesquisador apresenta ao eleitor uma lista de candidatos. Essa listagem é um estímulo, uma interferência que o pesquisador tem que realizar para refrescar a memória do eleitor.
E, como na vida real, não haverá na cabine de votação ninguém apresentando a lista de candidatos, a intenção de voto espontânea é a intenção de voto mais próxima da que será expressa no momento do sufrágio. Mas por que, então, costuma-se destacar mais o resultado da estimulada? Porque, ao longo da campanha, o eleitor sofrerá estímulos, e será lembrado sobre os candidatos pela propaganda, notícias na imprensa, conversas com conhecidos e etc.. A tendência, portanto, é que, no decorrer do processo eleitoral, a intenção de voto espontânea convirja para a intenção de voto estimulada.
O segundo motivo pelo qual se deve olhar com atenção para a intenção de voto espontânea é que ela expressa o tamanho daquele eleitorado mais convicto, com o voto mais decidido. É aquele eleitorado que faz parte do “núcleo duro” da base do candidato, cujo voto será mais difícil de mudar. Pode ser lido, portanto, como o piso de cada candidatura. Claro que o piso (a intenção espontânea) pode subir ou cair. Mas, em geral, se move devagar. E com a vantagem de ser comparável num período mais longo – já que independe dos cenários possíveis.
Até a campanha começar, foram dezenas de cenários. Lula atingiu, segundo o Datafolha de 1º de setembro, 40% de intenções de voto espontâneas. Bolsonaro, 29%. Esses são os respectivos “pisos” de cada candidato. São os eleitores mais convictos e, dentro desse grupo, estão aqueles mais dispostos a se engajar na campanha de alguma forma. Na mesma pesquisa, Lula apareceu com 45% na intenção de voto estimulada, e Bolsonaro, 32%. Isso significa que cerca de 9 em cada 10 eleitores desses dois candidatos estão já bastante decididos. Por outro lado, Ciro marcou 4% na espontânea. Esse é seu piso. E apareceu com 9% na estimulada. Ou seja, menos de 1 em cada 2 eleitores do pedetista está firmemente decidido.
Olhar a intenção de voto espontânea é um bom indicativo da força de cada candidato. Em 2018, quando da largada, em 21 de agosto, Marina aparecia na 2ª posição, com 16% no cenário estimulado (sem Lula). Mas, na espontânea, ela tinha apenas 2%. Era seu piso. Depois, esse piso subiu para 3% em 19 de setembro, e caiu para 1% nas pesquisas seguintes, até as vésperas da eleição. A candidata da Rede terminou com 1%.
“Essa retrospectiva nos mostra que a esquerda nunca esteve tão bem posicionada na largada de uma eleição em toda a história da redemocratização.”
O segundo elemento para ler bem as pesquisas é comparar com eleições anteriores, para ter um parâmetro. Obviamente, cada eleição tem sua história, e, até quando o candidato é o mesmo, ele pode estar em condições mais ou menos favoráveis que antes. Ainda assim, é uma comparação útil para se ter uma ideia do que é possível – e o que não é possível – de acontecer. E quão preocupante, ou animadora, é a situação atual.
Como vimos, na pesquisa Datafolha de 1º de setembro, Lula aparecia com 45% e Bolsonaro com 32%. Somados, os demais tinham 17%. Traduzindo em votos válidos, significa que Lula tinha 48%, enquanto todos os seus rivais somados, pouco mais de 52%. Muito próximo dos almejados 50% + 1.
A eleição, no entanto, será só em 2 de outubro. Trata-se, portanto, do número de largada, e não de chegada. Mas é certamente um retrato animador. Quão animador? Aí vale a pena olhar a foto deste momento (meados de agosto) nas últimas eleições.
Em 2002, por exemplo, em meados de agosto, Lula tinha 25% na espontânea e 37% na estimulada, ou 41% em votos válidos, segundo o Datafolha. Terminou aquela eleição com 46% dos votos válidos no 1º turno. Em 2006, no Datafolha de 8 de agosto, Lula aparecia com 33% na espontânea e 47% na estimulada, ou 56% em votos válidos. Terminou com pouco menos de 49% dos votos válidos. No Datafolha de agosto de 2010, Dilma tinha 41% na intenção de voto estimulada e 26% na espontânea. Fechou o 1º turno com quase 47%. Já em agosto de 2014, Dilma tinha 24% na espontânea e 36% (44% válidos) na estimulada, no cenário com Marina. Terminou com menos de 42%. Por fim, em 2018, Bolsonaro tinha 15% na espontânea (Lula liderava com 20%) e 22% na estimulada, ou 30% válidos, no cenário sem Lula. No cenário com Lula, o petista liderava com 39% das intenções totais, ou 45% válidas. No fim, sem Lula no páreo, Bolsonaro terminou com 46% dos votos válidos no 1º turno.
Essa retrospectiva nos mostra que, com Lula com 40% de intenções de voto espontâneas e 45% na estimulada, a esquerda nunca esteve tão bem posicionada na largada de uma eleição em toda a história da redemocratização para cá. Largar bem não garante vitória, afinal, o que conta é a chegada – mas ajuda. Basta perguntar para os que estão largando lá atrás. E, dado o patamar histórico e a resiliência deste voto em Lula, as chances de vitória no 1º turno não são nada desprezíveis, pelo contrário. Ainda mais se, na reta final, uma parte mais pragmática dos eleitores de Ciro decidir antecipar para o 1º turno o voto que daria no 2º.
O império contra-ataca
Os adversários, certamente, não vão ficar parados só assistindo Lula ganhar fácil e liquidar a fatura já no primeiro round. Em especial, Bolsonaro está ainda com a caneta presidencial na mão, e já mostrou que é capaz de rasgar a Constituição para se manter no poder. Para piorar a situação, as famigeradas “instituições” também já se mostraram incapazes de freá-lo. Aprovada em julho, ao arrepio da Lei das Eleições e da Constituição, a PEC Eleitoreira, que aumenta o Auxílio Brasil às vésperas da eleição (mas só até dezembro) e concede outros benefícios para corporações alinhadas com o bolsonarismo, aliado à redução de ICMS dos impostos sobre combustíveis e energia, deve gerar um efeito eleitoral não marginal durante as próximas semanas.
Aqui, de novo, vale a pena olhar para as pesquisas de opinião anteriores, da época do auxílio emergencial, para ter uma ideia de como e em quanto tempo essas medidas se refletem na percepção política e nas intenções de voto.
“Políticas que trazem benefício econômico direto a um grande contingente da população podem, sim, trazer efeitos eleitorais. Mas demora. Não é a bala de prata que o lado fascista espera.”
Em 2020, o Auxílio Emergencial de R$ 600 por pessoa começou a ser pago em abril. Mas, segundo o Datafolha, a avaliação negativa só melhorou a partir de agosto, mas melhorou bastante. Primeiro subiu de 38% de ruim/péssimo em abril, para 44% em julho. Desabou em agosto, para 34%, quando o Auxílio de R$ 600 terminava sua quinta e última parcela de sua versão mais generosa. Em dezembro, já na época do Auxílio de R$ 300, a avaliação negativa oscilou mais um pouco para baixo, e fechou 2020 em 32%. Ou seja, políticas que trazem benefício econômico direto a um grande contingente da população podem, sim, trazer efeitos eleitorais. Mas demora. Não é a bala de prata que o lado fascista espera. Até porque o Auxílio agora é menor, em termos reais, que o de dois anos atrás – e beneficia um número menor de pessoas.
O outro front que o bolsonarismo está tentando disputar é no campo da religião. Aqui o foco é fazer uma disputa no campo de valores, fomentando o que a professora Maria Carlotto chamou de “pânico moral”. O pânico é motivado por uma percepção (real ou falsa) de que existe uma ameaça existencial contra a comunidade a qual se pertence. A versão específica dessa ameaça varia. Em 2018, foi o “kit gay”, a “ideologia de gênero” e a folclórica “mamadeira de piroca”. Era a própria instituição da família que a direita tratava de colocar como sob ameaça direta e iminente. Em 2018 colou.
Agora, a ameaça existencial insuflada é a mentira de que o PT vai fechar igrejas. Por mais absurda e sem sentido que seja essa alegação, está sendo fomentado por lideranças evangélicas de grandes igrejas, capilarizada nos grupos de zap e nos cultos.
Essa campanha subterrânea, por sua vez, rebate na intenção de voto. No Datafolha de maio, Bolsonaro tinha 39% entre eleitores evangélicos, e Lula, 36%. Já no Datafolha de agosto, Bolsonaro aparecia com 49% e Lula, com 32%. Em maio, o placar geral era Lula 48% e Bolsonaro 27%. Em agosto, Lula tinha 47% e Bolsonaro, 32%.
Em resumo: a esquerda tem, talvez como nunca, boas chances de ganhar – inclusive no 1º turno. Mas ainda não há nada ganho. O outro lado está se movendo ativamente, até agressivamente, na luta política. Fizeram sua jogada. Devemos fazer a nossa.
O que fazer?
Duas situações eleitorais costumam desmobilizar: quando o candidato está lá embaixo no chão, brigando pela mera existência, ou quando o candidato está nas alturas, com folga. Numa situação, temos a apatia por desânimo. Na outra, uma apatia por comodismo. O triunfalismo agora nos lança no segundo tipo de apatia. Mas não é recomendável: não se ganha eleição com pesquisa. Em 2018, Bolsonaro cresceu de maneira inesperada. Agora, pode voltar a crescer assim, sobretudo se decidirmos jogar parados.
“A tarefa de cada militante da esquerda é, dentro de suas possibilidades, avançar em um degrau. E estimular outros a também dar um passo a mais.”
Mas tampouco há motivos para desespero. As pesquisas apontam que estamos na frente. E nunca a esquerda esteve tão bem-posicionada na história. A vitória não está dada. Só precisa ser construída. Temos uma vantagem para administrar, mas devemos ambicionar expandi-la. Aqui entram os diferentes níveis de engajamento e decisão. A tarefa de cada militante da esquerda é, dentro de suas possibilidades, avançar em um degrau. E estimular outros a também dar um passo a mais.
Olhemos de maneira mais detida para os diferentes patamares de decisão. Existem eleitores que estão indecisos. Aqui, é importante convencê-los, primeiro, da necessidade de mudança e da importância de eleger o candidato que terá mais condições políticas de derrotar o que está aí. Existem também eleitores de outros candidatos que podem mudar de voto. Uma ação possível é, com paciência e diálogo, buscar virar esses votos, começando pelas suas redes de amigos e conhecidos. Ou, no caso de não se conseguir trazer esses votos para a candidatura progressista mais competitiva, pelo menos convencer a não votar no atual mandatário.
A maioria dos eleitores hoje, para nosso alívio, pretende votar em Lula. Tão ou mais importante que virar votos de outros candidatos (o que é sempre uma tarefa difícil) ou de indecisos (que, a bem da verdade, a essa altura não são tão numerosos) é consolidar os eleitores que já consideram votar em Lula.
Aqui entram os diferentes níveis de engajamento. Um primeiro passo é incentivar (e o exemplo prático conta muito) eleitores de Lula a mostrar publicamente seu apoio – seja nas redes, seja nas ruas. Outro passo é municiar o interlocutor com argumentos que lhe ressoem, que fortaleçam a solidez de sua convicção: compartilhar conteúdos, mesmo para aqueles conhecidos que já pretendem votar em Lula, continua por isso sendo importante. Quanto mais fidelizado essa base eleitoral, sobretudo em um cenário como o nosso já altamente polarizado, melhor.
E, finalmente, há um núcleo duro de eleitores já completamente convencidos, que não abre mão de contribuir para a derrota do Bolsonaro já no primeiro turno. Nesse caso, o próximo passo é mostrar que apenas votar não é o bastante, e incentivá-los a tomar parte de atividades e atos de campanha. Ações micro, diálogos um a um, são válidas, claro – mas nada supera a força da ação coletiva.
As campanhas, em especial aquelas para candidaturas proporcionais (deputados estaduais e federais), têm comitês, grupos de whatsapp, muitas vezes organizados por região ou bairro. Ser voluntário é um caminho para saber das atividades, obter material de campanha e fazer a diferença na eleição. Fazer tudo sozinho é mais difícil: ninguém precisa reinventar a roda.
Comícios, panfletagens, bicicletadas. Seja lá o que estiver acontecendo na sua região. As atividades não precisam ser presenciais. Vale também chamar amigos e conhecidos para grupos e listas de transmissão de whatsapp, para receber e ajudar a divulgar conteúdo de campanha. E, sobretudo, começar a levar esse eleitor convicto de Lula a se engajar em outras eleições – para governador, senador, deputados estatuais e federais. Lançamos o Virada Progressista, para ajudar nessa tarefa de encontrar e promover candidaturas de esquerda para federal e estadual, mas existem também muitas outras candidaturas progressistas excelentes que podem se beneficiar de apoio militante.
“Vamos precisar da maior bancada progressista possível para aumentar o poder de barganha político dos setores populares.”
Engaje nas redes curtindo, compartilhando e comentando. Ou, melhor ainda, distribua panfletos e adesivos em locais públicos com amigos e conhecidos que estão no mesmo pique que você. Em eleições proporcionais, às vezes algumas centenas de votos podem representar a diferença entre eleger ou não uma parlamentar progressista a mais. E vamos precisar da maior bancada progressista possível para aumentar o poder de barganha político dos setores populares e levar Lula avançar o programa mais à esquerda que a correlação de forças no Congresso permitir.
Estamos chegando na contagem regressiva. Este será um mês decisivo. Derrotar Bolsonaro na urna não é o fim. É o começo. Não é o suficiente, mas é um passo absolutamente necessário para começar a reconstrução da democracia no país e criar as condições para que a classe trabalhadora volte à ofensiva.
Será um mês em que cada dia conta. Cada gesto de apoio que anima outros gestos, cada voto virado, cada voto reafirmado, cada eleitor que vira militante por uma ação sua. Tudo pode fazer a diferença. São trinta dias que vão definir os próximos 30 anos. Vamos ocupar as ruas e as redes até o dia da vitória na urna. Na verdade, é preciso estar atento e forte, com o pé firme na luta, antes, durante e depois da posse de Luiz Inácio Lula da Silva!
Sobre os autores
é cientista social pela USP, mestre em Governança e Democracia pelo ISS-Universidade Erasmus de Rotterdam e mestre em Relações Internacionais pelo Instituto Barcelona de Estudos Internacionais (Ibei).