Após os atos golpistas em Brasília no dia 08 de janeiro de 2023, uma das perguntas principais que surgem em meio ao turbilhão desta intentona antidemocrática, houve postura pusilânime por parte das forças repressivas do Estado ou o bolsonarismo ainda choca os seus ovos no atual governo?
Alguns nomes que foram cotados para o novo governo Lula levantaram debates e receios pelo seus históricos de afagos e apoio ao bolsonarismo. Além de José Múcio, atual ministro da Defesa, temos um nome para o qual devemos dar especial atenção dada a conjuntura que se apresenta: Julio Cesar de Arruda, o novo comandante do Exército.
Em uma breve pesquisa feita pelo jornalista Carlos Alberto Jr. no perfil de Julio Cesar no Twitter, que foi recentemente criado em setembro de 2022, o leitor vai se deparar que entre os poucos perfis que o atual comandante segue estão os generais mais golpistas do Exército: Braga Netto e Villas Boas. Também segue seu ex-chefe: o ex-presidente Bolsonaro. Mas, curiosamente, não segue o seu comandante-em-chefe atual, o presidente Lula. Segue também dois expoentes da extrema direita: Benjamin Netanyahu e o ex-vice-presidente Hamilton Mourão.
“A fratura exposta que se apresenta, requer, desoneração em massa dos bolsonaristas no governo e a organização de uma força popular para salvar nossa democracia.”
O presidente Lula que não é um perfil que Julio Cesar acompanha. Aliás, em seu histórico de curtidas de tuítes, grande maioria são ataques pesados contra o atual presidente, além de publicações com o teor golpista. Muitas publicações curtidas e endossadas pelo comandante, são de parlamentares que já são investigados pela Justiça por fomento à ações antidemocráticas.
De onde veio o novo comandante do Exército
Múcio, que indicou os nomes para o comando das Forças, escolheu Julio Cesar para o comando do Exército. Arruda é um dos mais antigos entre os oficiais mais graduados de suas respectivas forças com um extenso currículo de 40 anos de carreira. Ainda adolescente, entrou na Escola Preparatória de Cadetes do Exército, que fica em Campinas (SP).
Se formou dois anos depois e ingressou na Academia Militar das Agulhas Negras. Em 1981 se tornou Aspirante a Oficial da Arma de Engenharia. Durante a vida militar, serviu unidades em Itajubá (MG), Rio de Janeiro, Cuiabá e Brasília. Como coronel comandou a Escola de Administração do Exército/Colégio Militar de Salvador entre 2008 e 2010.
No exterior, foi Observador Militar da Segunda Missão de Verificação das Nações Unidas (Univem II), em Angola, em 1994 e Assessor da Cooperação Militar Brasileira no Paraguai, no biênio 2002-2003.
Diante dos seguidos atos terroristas organizado pela direita, urge fazer uma faxina no Exército – além de mobilizar uma frente antifascista para combater os golpistas nas ruas. A fratura exposta que se apresenta, requer, desoneração em massa dos bolsonaristas no governo e a organização de uma força popular para salvar nossa democracia.
Sobre os autores
é jornalista, tradutora e copidesque.