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Jacobin Brasil agora é revista Jacobina

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Composta somente por autores negros, negras e indígenas, essa nova edição impressa reinaugura um novo ciclo, com um novo nome, mais brasileira, popular e radical: Jacobina.

O texto a seguir foi publicado na 7ª edição impressa da Jacobina sobre “Raça e classe”. Adquira a sua edição avulsa ou assine um de nossos planos!


Em 1815, quando patriotas latino-americanos foram derrotados pelas tropas espanholas no início das guerras de independência do continente, Simón Bolívar e seus camaradas se exilaram no Haiti, único território disposto a apoiá-los. Nos dois anos seguintes, com armas, mantimentos, recursos e tropas fornecidos pelos haitianos, partem de Les Cayes as expedições que iniciaram o processo de libertação da América Latina, culminando diretamente nas independências da Venezuela, Colômbia, Equador, Panamá, Peru e Bolívia. Em troca, Alexandre Petión, presidente do Haiti, somente exigiu a abolição da escravidão nos territórios liberados.

A mensagem da Revolução Haitiana sempre foi muito clara: ninguém pode ser livre enquanto houver escravos. Ao expandir a causa da abolição para além das suas fronteiras, o Haiti dava materialidade ao conteúdo universal da liberdade. Ser livre e igual não devem ser atributos exclusivos de uma nação, de uma raça, de um território ou de uma classe. O jacobinismo negro era forjado na camaradagem internacionalista.

Como latino-americanos, a Revolução Haitiana nos deixa a herança dessa ética jacobina. Ética que queremos expressar mais diretamente no nome da nossa revista.

Fundada em 2019, a Jacobin Brasil é parte de uma aliança internacional de veículos de esquerda, que têm como ponto em comum reavivar a causa do socialismo no nosso tempo. Feita por trabalhadores e trabalhadoras brasileiros, a nossa causa principal sempre foi colaborar para a discussão estratégica no país. Sem abandonar o compromisso internacionalista, a Jacobin demarca propósitos e princípios a partir do Brasil, deixando explícita essa identidade.

Composta somente por autores negros, negras e indígenas, essa edição histórica representa o caminho que até agora percorremos e os objetivos que queremos alcançar. Por isso também a mudança no nome da revista impressa neste momento: Jacobina para ser mais brasileira, mais preta, mais indígena, mais radical.

Queremos seguir como uma plataforma de confluência da esquerda brasileira. Espaço para onde convergem partidos, movimentos e intelectuais na construção coletiva da estratégia socialista para o Brasil. Instrumento de informação e comunicação do nosso campo político ancorado no ecumenismo de esquerda. Um ecumenismo atento ao impacto da estrutura social local na luta de classes, com suas determinações de gênero e raça. Se a dinâmica do capital depende da hierarquização subordinada da vida de mulheres, negros e indígenas, conforme diversos artigos desta edição apontam, não há que se falar de transformação da ordem com a diminuição do papel político e intelectual desses sujeitos. Queremos colaborar na formação de uma esquerda que tenha a cara do povo brasileiro – pois a via socialista passa pela construção do projeto nacional-popular.

Como veículo independente, vivemos na solidariedade dos nossos camaradas. A cada nova edição, autores, diagramadores, editores, artistas, operacionalizadores e colaboradores se envolvem intensamente no processo de publicação. Para continuarmos a avançar, o seu apoio é fundamental. Se você gosta do nosso trabalho, que tal dar a revista de presente para um amigo ou estudante interessado, ou comprar avulsamente na internet, livrarias ou bancas? Reformulamos também o sistema de assinaturas pelo site para facilitar a adesão. Pois nada melhor que o conteúdo da Jacobina chegando facilmente nas nossas mãos.

Ao ser capturado pelas tropas francesas, Toussaint Louverture confiava no compromisso solidário de seus camaradas para dar continuidade à causa da Revolução. “Derrubando-me, vocês apenas cortaram o tronco da árvore da liberdade em São Domingos. Essa árvore irá brotar novamente pelas suas próprias raízes, pois elas são numerosas e profundas.”

A força do movimento está no cultivo da camaradagem. Contamos com vocês para seguirmos aprofundando raízes e florescendo!


Venha ao lançamento debate “Antirrascismo revolucionário no Brasil”, que inaugura essa nova edição, com Luka Franca, Simone Nascimento, Márcio Faria, Douglas Barros e Túlio Custódio, no próximo sábado (16/12), às 18h, no Ateliê do Bixiga (Conselheiro Ramalho, 945, Bixiga – SP).

Nesta nova edição, trazemos material exclusivo de Acauam Oliveira, Bruna Gabriella Santiago Silva, Carol Dartora, Célia Xakriabá, Cristiane Sabino, Dani Balbi, Deivison Faustino, Dennis Novaes, Derê Gomes, Dinamam Tuxá, Douglas Barros, Emilia Joana Viana de Oliveira, Erika Hilton, Gercyane Oliveira, Gilvânia Maria da Silva, Guilherme Lemos, Ingrid Sateré Mawé, Jones Manoel, Léo Pericles, Lívia Duarte, Luka Franca, Maíra de Deus Brito, Marcio Farias, Mario Soares Neto, Matheus Gomes, Nara Roberta Molla da Silva, Nohora Arrieta Fernández, Raquel Freire, Renata Souza, Renato Freitas, Rodrigo Portela Gomes, Simone Nascimento, Tainá de Paula, Taís de Sant’Anna Machado, Tonny Araújo e Túlio Custódio.

Sobre os autores

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Published in América do Sul, Análise, DESTAQUE and Imprensa

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