Apenas algumas semanas após o desaparecimento de Dom Phillips e Bruno Pereira, o corpo do jornalista e do indigenista foram encontrados na Amazônia. A brutalidade do assassinato chocou o mundo e são resultado direto da agenda pró-extrativista que Jair Bolsonaro levou a extremos sem precedentes na região.
Artículos publicados por: Andre Pagliarini
é professor de história na Hampden-Sydney College em Virginia. Está escrevendo um livro sobre os sentidos políticos do nacionalismo no Brasil no século XX.
A partir de 2014, o Brasil foi consumido por um movimento anticorrupção insuflado pela imprensa para derrubar o PT e minar o legado de Lula. Mas um furo investigativo desvendou a mitologia da Lava Jato e mostrou como políticos conservadores usaram a pauta da anticorrupção para aparelhar as instituições e chegar ao poder.
Com documentos inéditos, livro revela como a ditadura militar brasileira ajudou a golpear a mais longeva democracia do continente em conluio com os EUA para instalar um regime sanguinário sem precedentes no Chile. Mas, enquanto o apoio de Washington se dava às claras, a intervenção brasileira acontecia no submundo.
Desde que assumiu, Bolsonaro nomeou 16 reitores que não foram eleitos e intimidou acadêmicos críticos ao desastre pandêmico. Para resistir a esses ataques e a perseguição de fanáticos da extrema direita na academia, conversamos com Airton Seelaender, professor da UNB especialista em colaboracionismo jurídico em regimes autoritários.
Silas Malafaia, pioneiro no televangelismo e um dos pastores mais rico do Brasil, encontrou no casamento entre moralismo religioso, autoritarismo e liberalismo econômico a agenda política ideal para o neopentecostalismo de sua igreja.
O principal arquiteto da política externa de Jair Bolsonaro combina uma retórica de nacionalismo fanático com uma patética submissão aos Estados Unidos.
A libertação de Lula não mudará o curso da política brasileira por si só. Mas a maior liderança de esquerda do país já disse que seu tempo na prisão o radicalizou ainda mais - e isso só pode ser um bom presságio para o movimento popular que resiste à política reacionária de Bolsonaro.
A reação internacional ao discurso vergonhoso de Jair Bolsonaro na ONU mostra quão reduzido está a posição do Brasil no exterior sob o presidente de extrema direita. Com poucos amigos lá fora, será mais fácil para os adversários derrotá-lo no Brasil.
O principal aliado internacional da extrema direita brasileira é Donald Trump. Se o candidato socialista for eleito, o cenário muda radicalmente.