O novo projeto do fundador do Facebook, Mark Zuckerberg, não é uma utopia — é outra oportunidade para as Big Techs colonizarem nossas vidas, sobretudo no trabalho, em nome do lucro e da vigilância.
Artículos publicados por: Paris Marx
é um escritor de tecnologia canadense. Ele é o apresentador do podcast Tech Won't Save Us e autor do livro Road to Nowhere: What Silicon Valley Gets Wrong about the Future of Transportation (Verso, 2022).
A trilogia Homem-Aranha de Sam Raimi nos apresentou um garoto da classe trabalhadora do Queens que lutava para salvar sua cidade e pagar o aluguel. Mas agora, sob a direção da Disney, o Peter Parker tem novos benfeitores milionários remodelando o que significa ser um super-herói.
Grandes corporações como a Apple querem que acreditemos que elas se preocupam com o planeta e que estão buscando soluções para suas práticas insustentáveis. Surpresa! Elas não se preocupam com quase nada além de seus lucros e não estão evitando suas práticas nocivas de verdade.
A compra da MGM pela Amazon é apenas um dos últimos exemplos de como o monopólio das grandes empresas de tecnologia, as Big Tech, estão promovendo uma transformação na indústria cultural. Artistas, trabalhadores e o público destes filmes que vão sofrer com as consequências.
A corrida espacial entre bilionários como Richard Branson, Jeff Bezos e Elon Musk tem pouco a ver com ciência - é um espetáculo impulsionado pelo marketing capitalista para nos distrair dos desastres que o capitalismo está causando aqui na terra.
Jeff Bezos e Elon Musk têm uma visão sobre a exploração espacial que atende aos interesses mesquinhos dos capitalistas. Mas não queremos ser servos de bilionários em uma colônia marciana - queremos uma exploração solar que beneficie a humanidade como um todo.
Um novo relatório revelou que só um depósito da Amazon na Escócia destrói 130 mil produtos não vendidos por semana - um lembrete de como funciona o desperdício envolvido na produção capitalista voltada para o lucro, em vez da necessidade pública.
O filme Nomadland, indicado ao Oscar, traz um olhar sincero sobre a vida dos trabalhadores itinerantes abandonados na rua após a crise hipotecária de 2008. Mas ignora como empresas, como a Amazon, estão aumentando seu lucro com essa nova classe de trabalhadores.
As companhias aéreas estão em crise. Mas, ao invés de apenas socorrê-las, devemos usar essa oportunidade para investir em ferrovias e linhas de ônibus e colocar um transporte público de qualidade a serviço do povo.