A internet nem sempre foi um espaço tóxico dominado por grandes corporações ávidas por lucro. Para entender como os novos bilionários se capitalizaram com recursos públicos, privatizaram a rede mundial de computadores e destruíram sua promessa libertadora enquanto pavimentavam o caminho para extrema direita chegar ao poder, conversamos com o pesquisador radical especialista em tecnologia Paris Marx.
Artículos publicados por: Paris Marx
é um escritor de tecnologia canadense. Ele é o apresentador do podcast Tech Won't Save Us e autor do livro Road to Nowhere: What Silicon Valley Gets Wrong about the Future of Transportation (Verso, 2022).
Elon Musk, o homem mais rico do mundo que está tentando comprar o Twitter, diz que quer proteger a democracia e promover a liberdade de expressão – mas o que um megabilionário com um histórico de silenciar críticos e retaliar trabalhadores sabe sobre democracia?
Como de costume na indústria de tecnologia, as criptomoedas não foram vendidas apenas como um investimento de risco – elas também foram vendidas como um bem social. Agora que o crash das criptomoedas expôs a bolha especulativa por trás do mito da moeda descentralizada, aqueles que prometeram riqueza fácil e transformação social devem ser responsabilizados.
Elon Musk comprar o Twitter em nome da liberdade de expressão é o exemplo mais recente de sua arrogância. Em uma sociedade verdadeira democrática, o Twitter seria governado pelos usuários e trabalhadores da plataforma – não por um bilionário que nem deveria existir.
O novo projeto do fundador do Facebook, Mark Zuckerberg, não é uma utopia — é outra oportunidade para as Big Techs colonizarem nossas vidas, sobretudo no trabalho, em nome do lucro e da vigilância.
A trilogia Homem-Aranha de Sam Raimi nos apresentou um garoto da classe trabalhadora do Queens que lutava para salvar sua cidade e pagar o aluguel. Mas agora, sob a direção da Disney, o Peter Parker tem novos benfeitores milionários remodelando o que significa ser um super-herói.
Grandes corporações como a Apple querem que acreditemos que elas se preocupam com o planeta e que estão buscando soluções para suas práticas insustentáveis. Surpresa! Elas não se preocupam com quase nada além de seus lucros e não estão evitando suas práticas nocivas de verdade.
A compra da MGM pela Amazon é apenas um dos últimos exemplos de como o monopólio das grandes empresas de tecnologia, as Big Tech, estão promovendo uma transformação na indústria cultural. Artistas, trabalhadores e o público destes filmes que vão sofrer com as consequências.
A corrida espacial entre bilionários como Richard Branson, Jeff Bezos e Elon Musk tem pouco a ver com ciência - é um espetáculo impulsionado pelo marketing capitalista para nos distrair dos desastres que o capitalismo está causando aqui na terra.