Nas duas últimas décadas, a Resistência Italiana tem estado no centro de um acalorado debate público, sendo alvo de esforços tanto políticos quanto históricos para “repudiar radicalmente o papel e o significado” do antifascismo na história contemporânea da Itália. Como escreveu Pier Giorgio Zunino em 1997, “para a história italiana da segunda metade do século XX, o vilão é o antifascismo. ”
De fato, frequentemente identificado com a variante do Comintern (Internacional Comunista), o antifascismo das décadas de 20, 30 e 40 do século XX é rotulado de “antidemocrático” devido a sua “cegueira” em relação aos outros “inimigos da democracia”, como pontuou o revisionista italiano Renzo de Felice. Os ataques à Resistência, que durou 20 meses, são essencialmente concentrados no seu caráter minoritário (vendo, assim, os partidos antifascistas como uma mera reedição do Partido Nacional Fascista) e na “crueldade” da “violência” cometida durante a guerra civil e nos meses seguintes à Libertação.
A Itália é um país onde a “memória negativa” desta experiência se funde com os usos políticos desta memória. Neste contexto, o que é questionado “década após década” é o caráter central deste período para a história dos dominados.
Isto ocorreu porque entre 8 de setembro de 1943 – a data em que o governo pós-fascista de Badoglio assinou um armistício com os Aliados, desencadeando uma ocupação alemã do norte e do centro da Itália – e 25 de abril de 1945 – a data da libertação final das grandes cidades do norte da Itália – a Resistência não foi apenas uma guerra de libertação nacional, mas também uma guerra civil e uma guerra de classes – uma guerra social que envolveu a própria população.
Claro, nem todo “o povo” estava nos “maquis”, como o título do livro do líder comunista Luigi Longo, Un popolo alla macchia, pode sugerir. Mas uma grande parte da população italiana pensava que o fim do fascismo deveria significar um desafio não apenas ao regime, mas também ao Estado italiano formado após o Risorgimento (a luta pela unificação italiana em meados do século XIX), e, de fato, a sociedade burguesa como um todo. Neste sentido, o antifascismo representava realmente um conflito positivo, com um potencial político e social que se projetava para o futuro.
Neste contexto de questionamento radical à ordem existente, o Partido da Ação (Partito d’Azione ou Pd’A), durante a sua breve existência, teve um papel muito específico. Criado em 1942 e dissolvido em 1947, nos vinte meses de guerra civil o Pd’A defendeu a transformação radical da sociedade italiana.
Esta defesa também se transformou em prática; na guerra de Resistência que se seguiu, principalmente no norte da Itália, de setembro de 1943 em diante, o Partido da Ação fez uma contribuição relativamente sem paralelo, oferecendo o maior número de combatentes à luta armada. Giovanni de Luna capturou essa realidade com sua referência ao “partido do tiro. ” O Pd’A fez a maior contribuição para as insurreições de abril de 1945, em particular em Turim.
A encarnação de um revolucionário “vento do norte”, o azionismo também assentou um duradouro sistema de valores fundado no antifascismo. Ele considerava o antifascismo não apenas em termos conjunturais – como a luta contra o regime que Mussolini tinha estabelecido de 1922 em diante – mas como um dever perpétuo.
Isto foi sintetizado em abril de 1934 por Carlo Rosselli, fundador do movimento Justiça e Liberdade (Giustizia e Libertà ou GL), secular e não comunista. Uma figura cuja memória foi sempre parte do Pd’A depois de seu assassinato em 1937 por fascistas, Rosselli falava do antifascismo como uma “luta por toda a eternidade”.
“Nós estamos em guerra”
O azionismo estava enraizado no antifascismo do revolucionário liberal Piero Gobetti, que morreu em 1926 sob os golpes dos paramilitares das squadristi fascistas; assim como sua atualização política do início dos anos 1930 pelo GL, o movimento do revolucionário Carlo Rosselli e, entre outros, Emilio Lussu, membro do Partido d’Ação sardo. Vivendo em Paris na década de 1930, Rosselli e Lussu eram ambos fugitivos da ilha de Lipari, onde foram confinados pelo regime fascista.
Para Piero Gobetti o fascismo era “a autobiografia da nação.” Em 23 de novembro de 1922, em um artigo intitulado “Elogio à guilhotina”, ele escreveu:
O Fascismo… foi a autobiografia da nação. A nação que acredita na colaboração de classes; a nação que renuncia à luta política, por causa de sua própria preguiça… O Fascismo na Itália é uma catástrofe, e é uma indicação de uma clara infantilidade, pois marca o triunfo da facilidade, da confiança exagerada, do otimismo, dos entusiasmos.
Essa interpretação enfatizava os elementos de continuidade entre a Itália liberal e a Itália fascista e a ideia de um Risorgimento falho – significando um processo incompleto de unificação política e modernização econômica. De acordo com esta perspectiva, o fascismo era o resultado de uma revolução liberal/burguesa falha, e a expressão de um país atrasado e “sem cultura”, cuja única experiência política era com sistemas de governo que combinavam clientelismo, paternalismo, transformismo e autoritarismo.
O fascismo era então a expressão de uma “doença antiga, enraizada no passado distante da história italiana. ” Esta interpretação combinava com a ideia de que era necessário não apenas lutar contra o fascismo em si, mas contra tudo que o fez possível. Isto enfatizava o papel da classe dominante italiana na afirmação e na estabilização do regime.
Durante a década de 1930, esta linha de interpretação iria se desenvolver no contexto de uma luta antifascista travada em segredo no exílio. Esta luta confrontava um regime claramente estabelecido e um país disciplinado, nos anos que o historiador revisionista Renzo de Felice descreveu em termos de “consenso”.
O revolucionário socialista Carlo Rosselli desenvolveu sua própria análise do fascismo baseada nas reflexões de Gobetti e outros, discutindo o desenvolvimento do que ele chamou, a partir do início da década de 1930, de “a revolução antifascista”, e refinando seu repertório de ações.
Em janeiro de 1932, a primeira edição do Quaderni di Giustizia e Libertà declarou a necessidade de se passar da “fase de um antifascismo negativo e indistinto” para a afirmação de um “antifascismo construtivo que compreenda e transcenda a experiência fascista e as experiências da Europa pós I Guerra Mundial. ”
Baseada nos princípios mazzinianos de “pensamento e ação”, a GL se apresentou, em uma circular de março de 1931 dirigida “Aos trabalhadores”, como um “movimento revolucionário” que visava derrubar o fascismo por meios insurrecionais. Carlo Rosselli e os membros da GL concebiam seu engajamento político como uma ruptura radical com o fascismo, mas também com a Itália pré-fascista.
Neste sentido, eles constantemente repetiam que não estavam lutando para retornar para “l’Italietta di Facta” (referindo-se ao primeiro ministro liberal Luigi Facta, anterior a Mussolini). O que unia os militantes da GL era “a revolta contra os homens, a mentalidade e os métodos do mundo político pré-fascista (“Per l’unificazione politica del proletariato,” GL, 14 de maio de 1937).
Isto também servia para os socialistas italianos, que se haviam reduzido à impotência. É possível notar isso na severa análise feita por Emilio Lusso sobre o colapso dos Socialistas frente à ascensão do fascismo no seu artigo “Orientamenti”, de fevereiro de 1934:
As massas foram brilhantemente guiadas rumo à catástrofe… Foram necessários apenas alguns saqueadores mercenários, arregimentados em tão pouco tempo, para destruir os resultados de quarenta anos de organização proletária. Não foi necessária uma rajada de metralhadora, mas apenas os barulhos de um caminhão de leite para fazer debandar o que deveria ter sido o exército revolucionário.
A renovação do socialismo e a luta antifascista eram vistas então como duas etapas interdependentes e inextricavelmente ligadas. O GL defendia a derrota das configurações políticas pré-fascistas, apresentando-se em termos de “unidade de ação” entre socialistas, republicanos e liberais e buscava reanimar as lutas no território italiano, se necessário usando meios ilegais e violentos.
De 1930 em diante, as células do GL eram formadas principalmente nas cidades do norte da Itália e em círculos intelectuais. Este foi o único movimento não comunista que construiu uma verdadeira rede e o Pd’A (formalmente constituído em 1942) iria se basear nela, na medida em que construía suas forças ao redor de figuras como Riccardo Bauer, Ernesto Rossi, Francesco Fancello, Nello Traquandi, Umberto Ceva, Vincenzo Calace, Dino Roberti, Giuliano Viezzoli, Ferruccio Parri e muitos outros. Mesmo que esta base social e militante fosse formada principalmente entre intelectuais, este pequeno círculo se tornaria uma tropa firme, pronta para pegar em armas.
GL, o Pd’A e a Revolução
De fato, o fascismo colocou os jovens intelectuais (liberais e/ou socialistas), como bases do GL e o Pd’A em uma situação paradoxal. O regime estabelecido por Mussolini colocou a luta na “retaguarda” pela defesa das liberdades democráticas como a ordem do dia. Não há dúvida de que o engajamento antifascista de liberais como Ernesto Rossi ou Riccardo Bauer foi construído precisamente ao redor desta revolta primária, mais moral do que política.
Mas foi precisamente neste momento em que a luta pela liberdade se emancipou de seus marcos históricos e teóricos a partir dos quais tinha surgido. Ela se distanciou das revoluções dos séculos dezoito e dezenove e adotou noções mais complexas que definitivamente a posicionaram no período iniciado em outubro de 1917.
Piero Gobetti estava novamente no coração desta forma de se conceber o antifascismo, que combinava liberalismo com exortações à revolução. Durante o curso de sua breve vida, ele consistentemente enfatizava que o seu liberalismo era enraizado na experiência concreta das lutas dos de baixo, sendo os conselhos de fábrica de Turim em 1919-20 e os sovietes na Rússia as suas expressões mais completas, segundo sua visão.
Assim, Gobetti via o movimento dos trabalhadores como “a liberdade a caminho de se estabelecer” e a revolução de outubro como “a afirmação do liberalismo” porque esta quebrou “uma escravidão secular” ao criar uma “democracia agrária”, um estado no qual “o povo acredita”.
Autonomia, demandas antiburocráticas, voluntarismo, “livre iniciativa vindo de baixo” e o papel do indivíduo – e não das “massas” – eram os segredos internos deste liberalismo libertário e revolucionário, ligado à revolução social e completamente ancorado no século vinte. O GL seguiu por este mesmo caminho na década de 1930. Assim, a questão colocada era “reconciliar o potencial político e social da revolução russa com o legado cientifico, humanista e liberal do Ocidente”.
Se o fascismo refletia a imaturidade moral, política e cultural dos italianos – em resumo, uma “falta de caráter” – então construir uma nova ordem política deveria inevitavelmente proceder através de uma luta revolucionária. Esta era a luta em que minorias ativas teriam um papel exemplar e que iria “então se espalhar em amplas camadas da população”.
Um dos desafios colocados era como pensar um processo revolucionário em um país que nunca tinha visto nenhum fenômeno revolucionário de larga escala, uma vez que o “Risorgimento popular e revolucionário” foi varrido por monarquia, clero, feudalismo agrário e financistas.
A partir desta perspectiva, a revolução antifascista poderia ser um segundo Risorgimento “social e moral”, que resultaria na emancipação dos trabalhadores. Durante a década de 1930 – em particular para o GL de Carlo Rosselli – a revolução se tornou mais claramente proletária e o antifascismo se tornou sinônimo de anticapitalismo.
Este não era um anticapitalismo abstrato, mas sim “concreto e histórico”, fundado na observação e na convicção de que a democracia liberal havia exaurido seu papel histórico. A crise da democracia após a I Guerra Mundial e a crise do capitalismo se tornaram então fatores potentes na interpretação da luta que deveria ser travada.
O Pd’A se estruturava ao redor de temas ligados às origens do fascismo e à revolução antifascista, questões que Carlo Rosselli em particular havia proposto no interior do GL. Ainda que o início da I Guerra Mundial tenha destruído as redes de contatos constituídas no exílio (principalmente da França), ela também criava o terreno na qual essas novas orientações políticas poderiam ser testadas na prática.
Como pontuou Leonardo Paggi, podemos ver aqui “o papel de liderança da guerra não apenas como fator de destruição da velha ordem, mas também como o local de reconstrução de uma nova”.
De fato, a “guerra fascista” (de 1940 – 43) teria um papel fundamental em conduzir o surgimento de uma consciência política e social propriamente antifascista, em proporções cada vez maiores. Tanto a onda de greves em março de 1943 quanto as manifestações de alegria em 25 de julho do mesmo ano, quando os italianos comemoraram a notícia da queda de Mussolini, são provas disto.
Além disso, durante a guerra civil de 1943 a 1945, o antifascismo, construído sobre vinte anos de fascismo e que se enraizou em um país devastado e “martirizado”, transformou-se em um movimento real, conduzido por homens e mulheres e por suas esperanças e expectativas. O motivo imediato para a formação do Partido da Ação foi, claro, a guerra. No entanto, ele também foi conduzido pela necessidade sincera de uma luta incessante, durante e através da guerra, contra tudo que, no processo de construção da Itália moderna, levou ao desastre.
Desde a sua criação em junho de 1942, o Pd’A se apresentou como o ponto de convergência entre diversos elementos do antifascismo não comunista de orientações liberais e socialistas. O Pd’A era, antes de tudo, composto por membros do movimento liberal-socialista fundado por Guido Calogero e Aldo Capitini entre os círculos de jovens intelectuais da Itália central em 1937, cujo programa de 1940 chamava para a formação de uma “frente comum pela liberdade”.
Em julho de 1943 os militantes do GL se somaram a essa corrente, que se tornou um movimento socialista de unidade sob a direção de Emilio Lussu depois do assassinato de Carlo Rosselli em 1937. Em março de 1943 o GL, o Partido Socialista e o Partido Comunista assinaram um pacto de unidade na ação, defendendo “uma insurreição nacional para esmagar a política de guerra do fascismo”.
Como enfatiza em seu livro Giovanni de Luna (que infelizmente ainda não foi traduzido), as diferentes almas do Partido da Ação estavam unidas pela concepção politica que seus militantes construíram – uma política ligada inextricavelmente à moralidade – e pela constante busca de meios de ação para responder as necessidades concretas da Itália, principalmente os seus camponeses, trabalhadores e camadas intelectuais, e assim mudar radicalmente a ordem política e social.
Vem daí o “preconceito republicano” do partido e seus chamados para mudar a economia e a estrutura estatal da Itália. Dentre os sete pontos do programa político de 1942 do Pd’A, podemos mencionar: descentralização do poder a nível local; a nacionalização dos monopólios; reforma agrária; liberdade sindical; separação entre Igreja e Estado. O historiador italiano Claudio Pavone lembrou como o “Partido da Ação falava em seu programa de sua intenção de estabelecer um socialismo para os novos tempos” e como este partido tinha expressado a “utopia como a aspiração pelo máximo”.
A questão dos meios de luta estava no centro dos debates do congresso nacional do Pd’A de 5 a 7 de setembro de 1943 – um congresso realizado antes que o armistício (entre o governo Badoglio pós-golpe e os anglo-americanos) fosse declarado e com tropas alemãs tendo se espalhado pelo território italiano de julho a setembro. A ideia de uma guerra de libertação nacional foi transformada aqui no entendimento de que seria necessário travar uma guerra de grande escala. As brigadas do GL iriam constituir o braço armado do Pd’A, sob o comando de Ferruccio Parri.
Estas brigadas foram concebidas como locais para a consolidação e/ou emergência de uma consciência social e política, mesmo que o recrutamento para as brigadas do Pd’A fosse bem mais seletivo do que aquele das Brigadas Garibaldi, lideradas pelos comunistas. Dante Livio Bianco escreveu:
O verdadeiro trabalho político nas brigadas não consistia tanto em dar ‘palestras’ ou em forçar os combatentes a ler a imprensa política, mas sim em tocar (e era isto o que era feito – meramente tocar) os pontos chave, revelá-los e fazê-los emergir do genérico, confuso e indistinto e assim trazê-los – mesmo em sua forma mais básica – à consciência individual, desta forma criando novos motivos para a ação.
Mas o debate também incluía a definição da própria luta: era uma luta pela libertação nacional e/ou pela revolução “democrática”? Para os militantes do Pd’A, uma estava necessariamente lado a lado com a outra, mas os conteúdos desta revolução democrática eram definidos de forma diferente mesmo dentro do partido – mais radicalmente entre os antigos militantes do GL e em termos mais liberais entre os outros.
Todos concordavam, porém, em fazer uma oposição intransigente ao regime pós-fascista de Badoglio sob o “Reino do Sul” ( as regiões ocupadas pelos Aliados depois de setembro de 1943) e em buscar incansavelmente uma unidade de ação entre os partidos de esquerda. Durante a guerra da Resistência, os azionisti pensavam que a situação concreta na Itália poderia resultar em um processo “de características revolucionárias”.
“Você é a favor da revolução ou de reformas,” escreveu o secretário para o norte da Itália Leo Viliani, “e nós somos pela revolução”. A revolução se tornou mesmo uma “revolução permanente,” “cujos objetivos não podem nunca ser determinados de uma vez por todas, mas estão sendo continuamente redefinidos”.
No entanto, o retorno do líder comunista Palmiro Togliatti à Itália no final de 1944 e o realinhamento internacional das forças Aliadas – que agora estavam claramente focadas no futuro da reconstrução da Europa Ocidental – marcaram o fim das esperanças “revolucionárias” do azionismo e a revolução antifascista. O discurso de Palmiro Togliatti em Salerno seria o seu canto do cisne.
Nesta cidade do sul da Itália, o líder comunista asseverou a necessidade da unidade de todos os antifascistas, independentemente de suas orientações políticas ou religiosas, e propôs que a questão institucional (monarquia ou república?) fosse adiada para depois da guerra. O antifascismo revolucionário e jacobino do azionismo havia respondido de maneira verdadeira às aspirações das camadas populares, camponesas e da classe trabalhadora do norte da Itália, mas isto seria derrotado pela nova situação do antifascismo “diplomático” dos Aliados, para o qual o Partido Comunista de Togliatti adicionou um ímpeto decisivo, pouco antes dos Aliados alcançarem Roma em junho de 1944.
Começou a emergir assim a imagem de uma Resistência “traída” ou pelo menos “inconclusa”, significando “a incompletude de um ideal que nunca foi plenamente realizado, mas ainda assim continuou a alimentar esperanças e despertar forças para a renovação”. Como escreveu Marco Revelli: “ (…) o verdadeiro pecado mortal do antifascismo consistiu em sua luta contra as raízes, contra a tradição da Itália, em sua carga destrutiva que dissolvia as categorias fundamentais de pátria e família”.
O “pecado mortal” do azionismo não foi apenas que ele manteve esta memória viva, mas sim que ele foi capaz de transmitir esta experiência no tempo, assim como as questões que ele colocou para a Itália do passado, do seu próprio presente e do futuro. Este era especialmente o caso de Piero Calamandrei (um dos pais da Constituição italiana de 1948), Giorgio Agosti, Leo Valiani, Aldo Garosci, e Alessandro Galante Garrone.
Claro, o Pd’A foi uma breve experiência, sem dúvida ligada à sua variedade de almas políticas e sua incapacidade de criar uma substância comum para a revolução antifascista que considerava tão necessária. Mas o azionismo continua uma pedra no sapato daqueles que esperam ver o potencial subversivo da Resistência morto com o passar dos anos.
E de fato, com as comemorações do 25 de abril, o que está posto na agenda novamente é o fato de que este passado pode de novo se tornar uma força no presente. Sem dúvida, é neste sentido que o azionismo e sua “revolução antifascista” continuam sendo um ponto de encontro para a esquerda oposicionista italiana hoje. A palavra de ordem “Resistência agora e sempre!” foi cantada mais uma vez em abril de 2017, renovando o potencial subversivo do azionismo militante e a força viva da sua “revolução permanente”.
Sobre os autores
é professora assistente na Universidade de Lausanne e autora de numerosos trabalhos sobre o antifascismo europeu.
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[…] Fonte: A revolução antifascista na Itália – Jacobin Brasil […]