A apressada crítica aos movimentos sociais como identitários falha em reconhecer os modos como a democracia liberal excluiu sujeitos para mantê-los sob dominação. A crítica acertada é ao identitarismo, à redução da política à mera gestão de identidades e ao imediatismo dos movimentos em limitar sua visão política aos marcos da república burguesa.
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Novo livro analisa a sequência histórica que desembocou em junho de 2013, Occupy e outros terremotos políticos que abalam a política representativa até hoje, mostrando como a periferia do capitalismo voltou a ser o centro na crise da democracia liberal, onde a nova extrema direita viu uma brecha para cooptar a revolta e se naturalizar. Agora, a esquerda pode reagir - se entender onde errou.
A classe trabalhadora vivencia um massacre cotidiano e depende quase que exclusivamente dos serviços públicos de saúde mental para se cuidar. Uma esquerda que não tem medo de dizer seu nome precisa resgatar a histórica luta popular antimanicomial para reverter os danos mentais e materiais do neoliberalismo.
Mark Fisher, autor de "Realismo Capitalista", nos deixou cedo demais, em um dia como esse há exatos 5 anos. Ele sabia que depressão era um fenômeno coletivo, e não meramente individual, como afirma a ideologia dominante - e por isso nos convidava a lutar para converter o sofrimento privatizado em raiva politizada.
Anos de estudos vem mostrando o crescimento de uma crise de solidão na sociedade, muito antes da Covid-19. O problema não é a rede social, a cultura popular ou a vida na cidade - é o capitalismo.
Os casos de psicopatia são 4 vezes maiores entre os CEOs do que entre a população em geral. Isso é mais uma prova de que o capitalismo não impõe sofrimento maciço apenas aos pobres e à classe trabalhadora - mas também aos detestáveis super-ricos.
As técnicas corporativas de gerenciamento de estresse enfatizam soluções individualizadas para nossas ansiedades e tensões. Mas uma sociedade atormentada pelo estresse e pela burocracia excessiva tem que resolver seus problemas de estresse coletivamente, não apenas individualmente.
Novo livro de Rubens Casara esmiúça como projeto neoliberal substituiu o cidadão pelo consumidor despolitizado, retirando as pessoas dos ambientes coletivos para competirem entre si individualmente em espaços privatizados - e mostra por que o aprofundamento democrático passa pela luta anticapitalista.
Ursula Le Guin fala sobre opressão, resistência e sobre porque "o exercício da imaginação é perigoso."